Terça-feira, 10 de Outubro de 2006
Sem Nome Era tão pequeno Que ninguém o via Dormia sereno, Enquanto crescia. Sem falar, pedia - Porque era semente - Para ver a luz do dia Como toda a gente. Não tinha usurpado A sua morada Não tinha pecado. Não fizera nada.
Não soltou vagido. Não teve amanhã. Não ouviu: “Querido...” Não disse: “Mamã...” Não sentiu um beijo Nunca andou ao colo. Nunca teve o ensejo De pisar o solo,
Pezito descalço, Andar hesitante, Sorrindo no encalço Do abraço distante.
Não foi à escola De sacola ao ombro, Nem olhou estrelas Com olhos de assombro. Crianças iguais À que ele seria, Não brincou com elas; Nem soube que havia. Não roubou maçãs Não ouviu os grilos Não apanhou rãs Nos charcos tranquilos. Nunca teve um cão, Vadio que fosse, A lamber-lhe a mão, À espera de doce.
Não soube que há rios E ventos e espaços. E Invernos e Estios, E mares e sargaços; E flores e poentes. E peixes e feras As hoje viventes E as de antigas eras. Não soube do mundo. Não viu a magia! Num breve segundo, Foi neutralizado Com toda a mestria: Com as alvas batas, Máscaras de Entrudo, Técnicas exactas, Mãos de especialistas Negaram-lhe tudo (O destino inteiro...) Porque os abortistas Nasceram primeiro! »»»»»»»»»»»»»»»»»»»»»»»»»»» Renato Azevedo (Texto com supressões) Poema sugerido por Maria |
De josé Costa a 15 de Outubro de 2006 às 16:18
Lindo poema este!
A simplicidade das palavras levam-nos para uma triste realidade: - a morte voluntária de alguém que crescendo, não se deixa crescer; vivendo, não se deixa viver!
Há ternura no poema! Aquela ternura que falta a quem pratica o aborto por desejo expresso, remediando acção precipitada ou falta do carinho e da ajuda na decisão!
De José Costa a 15 de Outubro de 2006 às 23:51
Ao ver um programa numa das nossas televisões não fiquei indiferente aos gestos de solidariedade que através dele são accionados!
Como é bonito, através dos dons de vida que cada cantor possuir, conseguir verdadeiros milagres para as vidas de quem mais precisa!
É neste contexto que reproduzo aqui parte de uma canção lindíssima, tema imortal de Roberto Carlos e Erasmo Carlos. É um grito de socorro à vida das “baleias que morrem nos mares”!
Também os mares, das vidas de cada um de nós, estão agitados! Neles, muitas pessoas, perdendo o dom da razão, são levadas a tirar a vida a seres indefesos!
Por isso, sabendo que ainda é possível “ouvir a voz dos ventos” podemos recordar aqui…
”Não é possível que você suporte a barra
De olhar nos olhos do que morre em suas mãos
E ver no mar se debater o sofrimento
E até sentir-se um vencedor neste momento”
“Não é possível que no fundo do seu peito
Seu coração não tenha lágrimas guardadas
Pra derramar sobre o vermelho derramado
No azul das águas que você deixou manchadas”
…
“Como é possível que você tenha coragem
De não deixar nascer a vida que se faz
Em outra vida que sem ter lugar seguro
Te pede a chance de existência no futuro”
”Mudar seu rumo e procurar seus sentimentos
Vai te fazer um verdadeiro vencedor
Ainda é tempo de ouvir a voz dos ventos! “
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